segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O TRABALHO EFICIENTE DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO FEZ O ÍNDICE DE HOMICÍDIOS CAIR NO ESTADO.




O homicídio em São Paulo é o mais baixo do país: 8,6 mortes ao ano, por grupo de 100.000 habitantes, em 2015. Note-se que a média nacional do mais importante índice criminal é de 27 e, sem o estado de São Paulo do cálculo, a média sobe para 38. Trata-se de excelente notícia na área da segurança pública paulista que tem como principal ator a sua força policial ostensiva.
Todavia, para tentar explicar a maior queda de homicídios registrada em São Paulo - enquanto vários estados registraram aumento - alguns especialistas conseguem encontrar explicações incríveis e insistem em não reconhecer quem vem trabalhando forte e ininterruptamente na linha de frente da segurança pública em São Paulo, em atuação 24 horas por dia em todos os municípios do estado: a Polícia Militar.
Conhecemos bem a velha história: “quando o filho é bonito, surgem vários interessados na paternidade”.
As explicações que apresentam - e que conquistam generoso espaço na imprensa - passam pelos efeitos da Lei do Desarmamento (como se a lei federal não fosse aplicável aos outros estados...); pela melhoria na situação econômica (como se São Paulo não fosse atingido pelo desemprego e outros fatores socioeconômicos negativos...); pelo envelhecimento da população, o que tornaria a maior faixa populacional menos vulnerável (como se apenas o povo paulista envelhecesse...); por bem sucedidas políticas públicas municipais (como se todos os municípios paulistas, ao mesmo tempo e em um passe de mágica, provocassem mudanças sensíveis na segurança pública...); por políticas públicas de estado pontuais em São Paulo (como se a Polícia não existisse para, com base nelas, produzir resultados sensíveis...); pela apuração dos casos de homicídio (como se o número de indiciamento nos homicídios sem autoria conhecida fosse, ao menos, 5% dos casos) e, por fim, até pela absurda tese de que o crime organizado - mais especificamente uma facção cuja liderança está presa há anos - teria “monopolizado a prática de homicídios, com seus tribunais”, o que lembra mais uma teoria da conspiração tão inacreditável que só pode ser classificada como mais uma tentativa de depreciar o bom trabalho policial.
Para quem acha que estou exagerando, leia o título da matéria do jornal Folha de São Paulo, de 29/11/2015 e o seu texto que coleciona explicações como aquelas citadas: “Desarmamento, apuração e facção derrubaram homicídios em SP”.
Como inexplicavelmente o jornalista não abordou o excepcional trabalho da Polícia Militar nos últimos anos como um dos mais importantes fatores, senão o principal, para derrubar - de forma contínua - os índices de homicídio em São Paulo, vou fazê-lo por questão de justiça!
Não parece difícil aceitar que fazem diminuir os índices de homicídios e de outros tantos delitos, como se vê: a rápida prisão de criminosos, as apreensões de armas, a efetividade na ação policial preventiva, a presença ostensiva da força policial, as intervenções policiais estudadas e preparadas em plano inteligente de policiamento com técnica na distribuição dos recursos humanos e logísticos, o emprego sistemático de tecnologia voltada à prevenção, enfim, os extraordinários resultados operacionais que falam por si.
A Polícia Militar é exatamente o órgão responsável pela prevenção policial e pela repressão imediata das ações criminosas em defesa da sociedade. E ela é responsável por 90% das prisões no estado de São Paulo, que alcançam a impressionante média de 120.000 pessoas presas por ano! A PM paulista realiza, por ano, 33,6 milhões de intervenções, atendendo mais de 26 milhões de pedidos de auxílio por meio no número de “emergência 190”, que geram quase 9 milhões de ocorrências policiais (com despacho de viaturas), também por ano, captura mais de 20.000 pessoas com mandados de prisão em aberto, apreende quase 13 mil armas e 83 toneladas de drogas, além de recuperar 93 mil veículos roubados ou furtados.
A PM em São Paulo vem aperfeiçoando os seus processos, prova disso é o tempo médio de chegada de uma viatura (de cinco a dez minutos) com atendimento no primeiro toque em 98% das chamadas por telefone na capital. O novo Centro de Operações (COPOM) é modelo e referência de emprego de tecnologia a favor da segurança pública com controle e georeferenciamento das viaturas e equipes distribuídas com técnica e supervisão. Como resultado de operações e ações policiais planejadas, as prisões e outros importantes resultados operacionais vêm crescendo a cada ano e os índices criminais, como o homicídio, vêm caindo na mesma proporção.
Prova de que esse trabalho policial deve ser reconhecido pelos seus efeitos na redução criminal é o fato de que, quando os índices criminais sobem, a Polícia é a primeira a ser cobrada por todos, especialmente pela mesma imprensa que não lhe dá o crédito devido.
Também, no momento em que qualquer um do povo se sente ameaçado, ou é agredido ou tem suspeita de alguma conduta, a Polícia Militar é a primeira a ser acionada, como aconteceu na semana passada quando o prédio do jornal "O Estado", na capital, foi alvo de ameaça de bomba e funcionários clamaram pela presença da PM, que compareceu de imediato, no seu atendimento universal voltado à proteção das pessoas, salvando incontáveis vidas em suas constantes intervenções.
É certo que algumas pessoas não gostam da Polícia Militar, como é o caso dos criminosos que são presos ou aqueles que querem praticar ilegalidades sem serem incomodados, mas o cidadão comum sabe que pode contar com a PM ininterruptamente para sua proteção e os resultados operacionais e índices criminais comprovam essa assertiva. O nível de confiança cresce na medida dos crescentes chamados pelo telefone de "emergência 190" que já somam 48 mil chamados ao dia apenas na capital São Paulo.
Por tudo isso, deve-se reconhecer que o trabalho eficiente e permanente da Polícia Militar fez os índices de homicídio, e outros, caírem continuamente em São Paulo nos últimos anos, como uma inquestionável experiência de sucesso na segurança pública!
Adilson Luís Franco Nassaro
Coronel PM Chefe do Centro de Comunicação Social da Policia Militar de São Paulo.

POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO, DESDE 1831: VOCÊ PODE CONFIAR!


Diz-se que “confiança” pode ser definida como “a crença na probidade moral, na sinceridade, na lealdade e na competência de outrem”. Outro dicionário define a palavra “confiança” como sendo a “convicção de que algo não falhará, ou daquilo que é forte o suficiente para cumprir sua função”. 
Por coincidência, a Polícia Militar do Estado de São Paulo nasceu exatamente de um “voto de confiança”. Em 1831, a província de São Paulo vivia dias turbulentos após a abdicação de Dom Pedro I. O Brasil tinha sua unidade ameaçada por inúmeras revoltas que poderiam conduzir o país a um fracionamento semelhante aos demais territórios sul-americanos de colonização espanhola. 
Diante disso, o padre paulista Diogo Antônio Feijó, nomeado para o cargo de Ministro da Justiça, adotou duas medidas de contenção: a primeira, criou a Guarda Nacional na corte e em todas as províncias; e a segunda, autorizou cada uma das províncias a criarem seus próprios organismos policiais com a finalidade de “manter a tranquilidade pública e auxiliar a justiça”. 
Atendendo ao decreto regencial, o então presidente do Conselho da Província de São Paulo, Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, determinou, a 15 de dezembro de 1831, a criação do Corpo de Guardas Municipais Voluntários com 130 homens, sendo 100 de infantaria e 30 de cavalaria. 
Os “130 de 31” – figura poética imortalizada por Guilherme de Almeida – representava a gênese da atual Polícia Militar, fruto da confiança depositada pelo Brigadeiro Tobias numa instituição perene, forte, capaz de prover uma das necessidade mais elementares para a vida em sociedade: a segurança. 
Os anais da história registram que o próprio Tobias era um homem público digno de confiança. Deputado estadual por dois mandados sucessivos, Tobias era um organizador notável, liberal e humanista na defesa das populações mais frágeis. Relata-se que ele destinava seus próprios recursos para apoiar a construção de escolas e patrocinar causas humanitárias, destacando-se também pela honestidade e bom critério na administração dos recursos públicos. 
Inspirada no exemplo desse sorocabano ilustre, a Polícia Militar, 184 anos depois, completados na data de hoje, continua fiel aos propósitos de seu fundador, Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, fazendo valer a confiança que ele devotou desde os primórdios. 
Hoje, a Milícia de Tobias, mais numerosa, moderna e compromissada com os ideais de proteção da vida e dignidade humana, é um baluarte para organizações congêneres do Brasil e do exterior, tornando-se a única instituição a se fazer presente, 24 horas por dia, todos os dias do ano, em cada um dos 645 municípios do Estado de São Paulo, seja nas estradas ou cidades, seja em rios ou florestas, seja na terra ou nos ares. 
Sob esses umbrais, a Polícia Militar jamais irá sucumbir ao crime ou à impertinência dos agressores da sociedade. Defender o povo paulista dos atos ilegais e preservar a ordem, sob os ditames da legalidade e do profissionalismo, sempre será o firme desígnio para o qual fomos concebidos. 
É, pois, com imensa alegria que partilhamos com o povo paulista nosso 184º aniversário! E parabéns aos mais de 90 mil policiais militares que trabalham arduamente para garantir a confiabilidade de nossa Instituição!
Ricardo Gambaroni, Coronel PM Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

A VERDADEIRA SOLUÇÃO NÃO É FEITA DE EQUÍVOCOS E DE CONTRADIÇÕES


             Nesta segunda-feira (28), o jornal O Estado de S. Paulo publicou, na coluna Direto da Fonte, entrevista contraditória com um ex-secretário de segurança pública de outro estado (Rio de Janeiro), que também envereda pela seara da antropologia e da ciência política, sob o título “a solução é desmilitarizar as PMs e permitir que a polícia investigue”.
          Contraditória porque oferece destaque de uma página inteira para uma realidade parcial, trazendo para o título a maior das incoerências apresentadas, ou seja, a “desmilitarização” da PM como solução para um problema por demais complexo. Ainda, em momento algum da entrevista foram apresentados motivos para que Polícia Militar deixe de existir, como chegou a defender o entrevistado.
          São indicados números e dados representativos da deficiência policial investigativa. Segundo o entrevistado, (1) 92% de homicídios ficam impunes; (2) os crimes mais graves não são investigados; (3) a Polícia Militar está proibida de investigar; (4) “os crimes passíveis de prisão em flagrante nem sempre são os que deveriam ser prioritários” (SIC); (5) deixam de ser investigados crimes mais graves porque o modelo constitucional define que a polícia ostensiva é proibida de investigar.
Apesar de incongruências, como demonstraremos, o entrevistado parece ter percebido algumas das causas do problema de segurança pública que a sociedade enfrenta. Contudo, peca seriamente nas conclusões.
          De fato, como bem apresenta o texto publicado, é preciso rever o modelo policial brasileiro e dar às polícias ostensivas a parcial capacidade de investigação, agilizando o processo criminal e, com isso, reduzir a impunidade como acontece nas principais polícias do mundo (ciclo completo de polícia). Acerta, também, o ex-secretário ao indicar que a unificação das polícias é insustentável. Na verdade, a questão não é a insustentabilidade da unificação, mas a desnecessidade dela. O problema está longe de ser a coexistência de duas instituições policiais diferentes, mas a adoção, por parte de cada uma delas, de modelos diferentes, de ciclo incompleto.
         O resultado geral da entrevista demonstra falta de coerência na apresentação da proposta: “que haja a desmilitarização e ciclo completo”. Se o ciclo completo é, de fato, fundamental, não se pode simplificar algo como a segurança pública reduzindo-a ao aspecto da investidura militar. Aliás, em nenhum momento o entrevistado prova e sequer aponta o que está errado na investidura militar, quando a maior parte das melhores polícias do mundo adota o modelo militar, como na França, Portugal, Espanha, Itália, Canadá e Chile.
         Veja a incoerência: o entrevistado aponta problema na “investigação” e sugere modificar a “polícia ostensiva”, tirando-lhe a investidura militar... É tão absurdo como uma pessoa doente pedir que alguém tome remédio em seu lugar e esperar uma cura. As milhares de prisões realizadas pela Polícia Militar provam justamente o contrário do que o ex-secretário sugere, ou seja, existe uma polícia eficiente, que funciona e que cumpre rigorosamente as leis. Se for necessário mudar algo, talvez seja justamente as leis, mas não quem de fato as fazem cumprir. É querer resolver drasticamente um problema, sem buscar a essência na solução e, como na expressão popular, jogar fora o bebê na bacia junto com a água suja do banho.
         O que mais chama a atenção, contudo, não é a linha adotada pelo entrevistado, mas o fato de o jornal dar um espaço tão grande para um posicionamento distante da realidade do leitor. Todas as afirmações utilizadas se referem à experiência do ex-secretário em apenas um dos estados da federação, o que, de início, torna inválidas as generalizações que faz. Ele afirma, por exemplo, que as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) “estão falidas”; contudo, é importante ressaltar que esse modelo não é adotado na maioria dos outros estados (São Paulo, por exemplo, tem um programa de policiamento comunitário que é referência no País e fora dele). Outro exemplo contrastante diz respeito aos homicídios dolosos: se todo Brasil tivesse as mesmas políticas de segurança pública adotadas em São Paulo, e muito bem sucedidas, cuja linha de frente é exatamente a Polícia Militar, em tese poderia alcançar a mesma taxa de 8,8 homicídios por 100 mil habitantes, façanha que permitiria ao País limitar a pouco mais de 17 mil mortes por ano (cálculo com base na população, Censo 2013), muito aquém das 56 mil mortes violentas anualmente registradas!

CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO (CComSoc)
Adilson Luís Franco Nassaro, Coronel PM Chefe do CComSoc, São Paulo/SP

terça-feira, 22 de setembro de 2015

A mediação realizada por policiais militares




Autor: Adilson Luís Franco Nassaro, Coronel PM, CPA/M-10, zona sul de São Paulo, capital.
    Não existem obstáculos jurídicos ou técnico-operacionais para avançar com emprego da mediação no âmbito do policiamento preventivo desenvolvido pela Polícia Militar, com a formalização de acordos envolvendo bens disponíveis. Iniciativas nesse campo significam foco no atendimento ao cidadão e ganho operacional, além de valorização do policial militar.

   A resolução de conflitos diversos com promoção de acordos, na esfera da autocomposição, encontra evidente espaço no exercício da missão constitucional de preservação da ordem pública, como se pode demonstrar.   
   De fato, a atuação na prevenção da prática criminal envolve esforço ininterrupto de solução de divergências, o que evita a evolução de um quadro de conflito para um cenário mais grave caracterizador de infração penal com impacto na segurança pública. Sem desmerecimento dessa ação centrada na prevenção (âmbito da “dissuasão”), ao ver-se diante de um conflito que configura crime ou contravenção penal - dos chamados delitos de ação pública incondicionada - o policial militar detém o autor e provoca os registros e providências na esfera de polícia judiciária, no momento de repressão imediata (âmbito da “contenção”).
    Ocorre que muitos dos conflitos geradores de ocorrências e também de cotidianas intervenções de iniciativa policial-militar não chegam a caracterizar infração penal ou, se a caracterizam, permanecem circunscritos ao contexto das infrações de ação penal privada ou pública condicionada à representação. Constituem exemplos a chamada desinteligência (falta de entendimento, acordo, expressão divergências ou inimizades entre as partes, porém, sem configurar crime) e as desavenças entre vizinhos por incômodos diversos; a lesão corporal leve; e o dano simples. Ainda, na esfera civil, podem ser formalizados acordos em acidentes de trânsito sem vítima.
    Entre outras situações comuns, o policial de radiopatrulha que finaliza o atendimento de uma ocorrência de desinteligência com o registro de “resolvido pelo local” desempenha um serviço de extraordinário valor para a segurança coletiva, preservando a ordem pública como um informal mediador. Ao contrário do que se pode imaginar, a modificação dos ambientes pela simples presença ou pela pronta intervenção do patrulheiro - ainda em ação de prevenção - é mais importante do que a ocorrência encaminhada ao distrito policial (e, por esse mesmo motivo, note-se, não resolvida).
    O policial militar já atua como pacificador social por ser o primeiro a chegar ao local do conflito e impedir o seu agravamento pelo contato com os envolvidos e também por atender todos aqueles que o procuram, quando em posto fixo, buscando uma solução para desentendimentos diversos. E com base em claros dispositivos legais, a Instituição pode melhor ocupar o espaço da mediação, de forma sistematizada, promovendo a mínima formalização de acordos entre as partes. Senão, vejamos:
   O Código de Processo Civil, já estabelecia que qualquer escritura pública, documento público ou documento particular assinado por aquele que assume um compromisso (chamado “devedor”) e confirmado por duas testemunhas, é reconhecido como um título executivo extrajudicial (artigo 585, inciso II, Lei Federal 5.869/73). Com a recente Lei Federal 13.140/15, que regulamentou a mediação entre particulares, definiu-se legalmente que pode funcionar como mediador extrajudicialqualquer pessoa capaz que tenha a confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se” (artigo 9º). Essa “capacitação” (que o texto legal não delimita) pode ser obtida facilmente por policial militar em curso ou estágio a ele oferecido ou já concluído por iniciativa própria para tal finalidade.      
   A possibilidade de formalização de acordos, com a implantação de Núcleos de Mediação Comunitária nas Bases e em outras sedes de Polícia Militar escolhidas para esse fim, torna-se uma opção que significará, inclusive, o aumento do tempo de patrulhamento com as viaturas de radiopatrulha (RP) - atendimento pelo telefone 190, com economia de recursos, como já demonstrado em pesquisas recentes. Enfatiza-se que as várias ocorrências genericamente nominadas “perturbação do sossego” e “desinteligência” consomem várias horas de insistente atendimento, por reiteradas solicitações em horários distintos, pela circunstância de sua reincidência nos mesmos locais.
   Por fim, o funcionamento bem sucedido nos Núcleos de Mediação Comunitária na área do CPI-5 (região de São José do Rio Preto/SP) e também na Base Comunitária de Segurança “Laranjeiras” em Caieiras/SP (26º BPM/M) entre outras iniciativas no âmbito da Polícia Militar de São Paulo, comprovam que o avanço na esfera da mediação é um caminho de aperfeiçoamento do trabalho policial para a prevenção criminal.
   A sociedade agradece!          

                                                                                        Adilson Luís Franco Nassaro

                                                                                                      Texto de 10/09/2015

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

SEIS MESES DE INTENSO TRABALHO NO COMANDO DE POLICIAMENTO DE ÁREA M-10 (ZONA SUL DE SÃO PAULO, CAPITAL, CPA/M-10)).



   Quero compartilhar registro de agradecimento a todos que vem contribuindo com nosso comando na maior região da capital paulista (São Paulo), concluído esse importante e primeiro desafio de nossa gestão no policiamento preventivo, junto ao CPA/M-10!
   Ao mesmo tempo, posso prestar contas do sucesso alcançado por essas maravilhosas equipes integradas pelos “Heróis da Zona Sul”, que trabalham ininterruptamente em cinco grandes batalhões de Polícia Militar (1º BPM/M, 22º BPM/M, 27º BPM/M, 37º BPM/M e 50º BPM/M), protegendo em torno de 3 milhões de pessoas.
   Nenhum sucesso se alcança sozinho e, por isso, a união que fez nossa força na Zona Sul, resultou do envolvimento de todos os oficiais e praças nas propostas e metas indicadas pelo Comando Geral da Polícia Militar de São Paulo.
   Os nossos cinco batalhões superaram a melhor expectativa, especialmente no segundo trimestre de 2015 e também no mês de julho. Desse modo, todos os principais índices criminais tiveram queda significativa e se encontram com tendência de redução. Os números revelam essa verdade e estão disponíveis para consulta pública. Por exemplo, na maior das companhias Capão Redondo, a queda de roubos foi superior a 30%, algo extremamente importante em uma região periférica com diversas carências, como ocorre na maior parte da zona sul constituída de gente simples, trabalhadora e honesta em sua grande maioria.
   Nessa área complexa de Santo Amaro, Jardim São Luiz, Interlagos, Grajaú, Capela do Socorro, Campo Grande, Pedreira, Capão Redondo, Jardim Ângela, Jardim Mirna, Parelheiros, Marsilac entre vários outros, a Polícia Militar tem mostrado sua eficiência, com um trabalho intenso e permanente.
   Nas últimas décadas o crime prosperou na periferia, junto com a concentração urbana com pouco planejamento; porém, a Polícia Militar, representada pelo CPA/M-10 na zona sul, vem superando suas metas, prendendo criminosos - mais do que nunca -, prevenindo delitos e contribuindo com outros órgãos para que a comunidade tenha mais qualidade de vida, com segurança, paz e confiança na força policial que trabalha na linha de frente da defesa da boa sociedade.
   Roubos, homicídios, furtos e roubos de veículos estão em queda na área dos cinco batalhões da zona sul e manteremos o mesmo ritmo operacional que permitirá a continuidade e consolidação de boas práticas adotadas, do entusiasmo pelo sucesso permanente. Acreditamos que sempre é possível melhorar!
   Seguem algumas boas práticas adotadas nesses últimos seis meses na zona sul (CPA/M-10):
   1. Uma ideia que deu certo: a implantação da permanente “Operação Impacto Zona Sul”. Com apoio do Comando da Capital (CPC), a partir do recebimento dos novos soldados (turma recém-formada) formamos um pelotão de operações com emprego estratégico e semanal para intensificar as “zonas de calor” (“hot spots”) do mapa criminal, ou seja, das áreas de maior incidência e concentração de pessoas, sempre com apoio de Base comunitária, supervisão e viaturas em apoio. O que funcionaria durante um mês, já se mantem por três meses com grande sucesso!
   2. Também havia uma questão que a todos incomodava: a queima de ônibus com manifestação de criminosos que usavam a exibição do veículo de transporte público destruído como troféu de sua violência, que atinge sempre os menos providos de recursos para a própria locomoção. A partir da prática e acionamento de um idealizado plano de contingência (que identifica os locais e horários com maior vulnerabilidade) e um eficiente sistema de comunicação para viabilizar acionamento de reforços em três níveis (farol amarelo, laranja e vermelho) foi possível praticamente eliminar esse tipo de ocorrência, aliado a reuniões de discussão e planejamento e ações antes, durante e depois do evento, envolvendo vários órgãos públicos e privados. Contatos e reuniões com órgãos parceiros também foram desenvolvidos. Resultado: nas duas últimas tentativas de queima de ônibus (a primeira há três meses e a segunda há mais de um mês) as equipes policiais militares prenderam vários criminosos, pois conseguiram chegar muito rápido aos locais e evitaram as depredações.
   3. O controle dos roubos e homicídios foi eleito como primeiro objetivo da liderança (comandantes). O CPA/M-10 adotou três das dezoito companhias (aquelas que mais impactavam os índices criminais) para potencializar o emprego dos recursos logísticos e humanos disponíveis e para acompanhar de perto a evolução de cada uma delas, fixando o comandante e monitorando a situação delas. Nas reuniões mensais da liderança no CPA, esses comandantes deveriam trazer e expor a todos, o respetivo “diagnóstico” e “plano de ação” referente a cada período. A queda dos índices criminais foi linear e expressivo. Além dos roubos em geral, priorizados no aspecto do planejamento do emprego operacional, diminuíram os casos de violentos roubos e furtos em agências bancárias e caixas eletrônicos com emprego de explosivos.
   4. Aperfeiçoamos mediante a padronização e liderança do CPA/M-10, as Reuniões de Análise Crítica periódicas, mediante o controle absoluto das variações nos índices criminais, melhorando o planejamento operacional.
   5- Incentivamos, a partir do próprio exemplo, a aproximação dos comandantes respectivos e suas equipes com os delegados de polícia e demais servidores da Polícia Civil local, para diálogo construtivo,  busca de soluções conjuntas e soma de esforços, reconhecendo os avanços da 6ª Seccional na área da investigação criminal. O retorno sensível tornou ainda mais próspera a ação policial na área da repressão imediata e da prevenção!
    6. Também aproximação com as lideranças comunitárias, especialmente os Conselhos de Segurança Comunitária (CONSEGs) com envolvimento de muitos interessados e participações de reuniões para discutir assuntos relacionados à segurança pública. A confiança e a defesa da Instituição surge como consequência natural dessa relação virtuosa. Exemplo desse compromisso, foi a implantação no programa “Vizinhança Solidária” no próprio bairro (Várzea de Baixo, Santo Amaro) em que se encontra a sede do Comando (CPA/M-10).
   7. Abrimos as portas do quartel para recebimento de visitas ilustres, autoridades locais e representantes políticos para franco diálogo, externando propostas de mudanças legislativas para melhorar o trabalho policial e também para a valorização policial-militar.
   8. Na perspectiva de valorização policial que defendemos com ênfase, vários eventos foram desenvolvidos com criatividade e motivação, tanto na sede do CPA/M-10 quanto em outros locais, envolvendo todos os batalhões e suas equipes. As homenagens aos “Heróis da Zona Sul” ocorreram como mecanismo de incentivo permanente aos bons trabalhos realizados em cada período mensal e destaques alcançados em ocorrências policiais específicas.
   9. Realizamos pequenas reformas na sede do CPA e encaminhamos projetos para intervenções maiores, buscando a melhoria do ambiente físico de trabalho.
  10. Ainda, no aspecto logístico, conseguimos vagas em pátios de outros Comandos para realocação de viaturas em processo de descarga (inutilizadas), desafogando pátio de sedes de batalhões e companhias. Aceleramos processos de aquisição de bens de consumo (custeio) e aquisição de serviços, com gasto de qualidade dos recursos financeiros públicos visando melhoria de condições de trabalho.
   11. Investimos nos trabalhos de Comunicação Social (divulgação) com uso intenso de redes sociais, de divulgação de boas notícias (ocorrências positivas) na imprensa, utilizando todos os instrumentos disponíveis para projetar a marca de sucesso da Polícia Militar agindo na Zona Sul.
 12. Sistematizamos o emprego de aplicativos de smartphone (especialmente o “wattsapp”) para rápida comunicação em rede com oficiais e grupos de cada sede, com divulgações importantes. A ferramenta contribuiu para o aspecto da valorização das ações policiais com mensagens e cumprimentos do comando a cada boa ocorrência.
  13. Investimos na qualidade do ambiente de trabalho a partir do efetivo policial que trabalha na sede do Comando e, pelo exemplo e diálogo, aplicando-se o conceito nas demais sedes em toda a área, mediante a valorização policial, respeito ao próximo e acessibilidade com o comando.
  14- Na gestão de pessoas voltada à liderança, também implantamos ferramenta de controle centralizado no CPA/M-10 da pretensão de cada oficial colaborador em nível de carreira e de movimentação tratada diretamente com o comandante. A transparência e a seriedade no trato desse assunto, junto com a formação de uma equipe forte e vitoriosa reverteu o quadro de grande fluxo de comandantes (oficiais), estabilizando os times, e a situação tornou-se confortável com surgimento de interessados em servir na zona sul.
  15. Questão da letalidade policial: investimos na valorização das ocorrências policiais com prisão sem confronto, lesão ou morte. Insistimos no conceito de que “ocorrência nota dez” é aquela em que não há mortos ou feridos, excessos que são desautorizados pela lei e alimentam ciclos de violência, e defendendo a virtude de policiais com integridade física, moral e conscientes de suas obrigações e responsabilidades no cumprimento da lei, criminosos devidamente presos, reféns libertados, vítimas agradecidas pela recuperação dos bens e com sua integridade física garantida! A mensagem chegou clara e inteligível. Os casos de confrontos e mortes resultantes de intervenção policial caíram gradativamente na medida em que cada caso foi analisado detalhadamente, com diálogo aberto e difusão clara das regras, com muita seriedade para identificação de não conformidades, correções de posturas recomendações aos comandantes e eventuais responsabilizações ou medidas de preservação da higidez psicológica de policiais com maior vulnerabilidade.
   Prezados colaboradores, dedicados policiais militares, amigos, incentivadores, comunidade da zona sul em geral: temos muito trabalho ainda a desenvolver, prosseguindo com o que já se revelou acertado. O caminho está desenhado e o desafio é permanente!
SUCESSO A TODOS!
VAMOS EM FRENTE!

Adilson Luís Franco Nassaro
Coronel PM Comandante do Policiamento de Área M-10 (zona sul de São Paulo/SP).