Em meados da década de 1980 o Brasil passava por momentos de transição democrática e também de tensões sociais. Desde 1964 sucederam-se cinco presidentes na fase do regime militar no Governo Federal e o último deles, o General João Baptista de Oliveira Figueiredo foi responsável pela abertura necessária para a eleição de um presidente civil. Em 15 de janeiro de 1985, o governador de Minas Gerais Tancredo Neves foi eleito presidente por voto indireto e veio a adoecer gravemente em 14 de março, véspera de sua posse, com diagnóstico de diverticulite, relatando fortes dores abdominais.
O quadro grave de saúde do presidente eleito e não empossado, que então se seguiu, causou grande comoção e expectativa durante os trinta e oito dias em que permaneceu internado, vindo a falecer no Instituto do Coração em São Paulo no dia 21 de abril, com falência múltipla dos órgãos vitais. Sua morte foi anunciada exatamente as 22h 30min, no último boletim médico lido pelo então Secretário de Imprensa, Antonio Britto, porta-voz oficial da presidência, em coletiva no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.
Na mesma noite fria daquele Dia de Tiradentes, foi mobilizado o Oficial de Dia da Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB). A ordem de representação com cadetes em uniforme especial (o azulão) havia sido expedida pelo Comando Geral da Polícia Militar e era necessário um urgente treinamento para a formalidade do transporte do esquife, em marcha fúnebre, e acompanhamento das honras e cortejo durante o deslocamento que ocorreria em São Paulo: o corpo de Tancredo Neves deveria ser trasladado em voo partindo do aeroporto de Congonhas para sepultamento em sua cidade natal, São João Del Rey, no sudeste de Minas Gerais. Era governador de São Paulo Franco Montoro e Comandante Geral da Polícia Militar paulista o Coronel PM Nilton Vianna.
Tratava-se de um domingo e deveriam ser designados alunos que haviam chegado para o pernoite obrigatório, com a revista realizada as 22 horas, como regularmente ocorria. Diante da grande responsabilidade daquela missão, foram convocados alunos-oficiais do 3º CFO entre aqueles de maior estatura: haveria pouco tempo para ensaios pois a noite avançava. Entre os escalados estavam Lúcio, Salesse, Carlos Alberto, Andrade, Rogério Bortoletto, Crevelaro, Nocetti Holms, Renato Vieira e Pratt Corrêa .
Já de madrugada, os alunos treinaram em silêncio o deslocamento a pé no pátio da Academia, simulando o transporte solene do esquife que, no dia seguinte, depois do cortejo por ruas e avenidas de São Paulo, seria por eles retirado do caminhão do Corpo de Bombeiros e conduzido até o avião para embarque.
Não se encontrou melhor forma para a simulação: em marcha com passos contados e sincronizados, seguravam uma cama de alojamento suspensa e apoiada em seus ombros!
Adilson Luís Franco Nassaro Cel PM
Cmt Pol Int-8 (Asp 88).
O quadro grave de saúde do presidente eleito e não empossado, que então se seguiu, causou grande comoção e expectativa durante os trinta e oito dias em que permaneceu internado, vindo a falecer no Instituto do Coração em São Paulo no dia 21 de abril, com falência múltipla dos órgãos vitais. Sua morte foi anunciada exatamente as 22h 30min, no último boletim médico lido pelo então Secretário de Imprensa, Antonio Britto, porta-voz oficial da presidência, em coletiva no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.
Na mesma noite fria daquele Dia de Tiradentes, foi mobilizado o Oficial de Dia da Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB). A ordem de representação com cadetes em uniforme especial (o azulão) havia sido expedida pelo Comando Geral da Polícia Militar e era necessário um urgente treinamento para a formalidade do transporte do esquife, em marcha fúnebre, e acompanhamento das honras e cortejo durante o deslocamento que ocorreria em São Paulo: o corpo de Tancredo Neves deveria ser trasladado em voo partindo do aeroporto de Congonhas para sepultamento em sua cidade natal, São João Del Rey, no sudeste de Minas Gerais. Era governador de São Paulo Franco Montoro e Comandante Geral da Polícia Militar paulista o Coronel PM Nilton Vianna.
Tratava-se de um domingo e deveriam ser designados alunos que haviam chegado para o pernoite obrigatório, com a revista realizada as 22 horas, como regularmente ocorria. Diante da grande responsabilidade daquela missão, foram convocados alunos-oficiais do 3º CFO entre aqueles de maior estatura: haveria pouco tempo para ensaios pois a noite avançava. Entre os escalados estavam Lúcio, Salesse, Carlos Alberto, Andrade, Rogério Bortoletto, Crevelaro, Nocetti Holms, Renato Vieira e Pratt Corrêa .
Já de madrugada, os alunos treinaram em silêncio o deslocamento a pé no pátio da Academia, simulando o transporte solene do esquife que, no dia seguinte, depois do cortejo por ruas e avenidas de São Paulo, seria por eles retirado do caminhão do Corpo de Bombeiros e conduzido até o avião para embarque.
Não se encontrou melhor forma para a simulação: em marcha com passos contados e sincronizados, seguravam uma cama de alojamento suspensa e apoiada em seus ombros!
Adilson Luís Franco Nassaro Cel PM
Cmt Pol Int-8 (Asp 88).
"Memórias" 19-06-2017
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