Mais uma vez um título de matéria
jornalística chama atenção pela falta de tratamento adequado ao policial militar
vítima de roubo - por pouco um latrocínio - destacando, ao contrário, a
circunstância de que um infrator da lei (adolescente) foi atingido por disparo
de arma enquanto "tentava" assaltar.
Notem a
sutileza no maquiavélico título publicado no jornal Agora SP, de 21/11/2015,
que subverte a ordem dos fatos: "Adolescente é baleado ao tentar assaltar
PM à paisana".
O próprio
texto da matéria descreve que o policial vítima, à paisana (sem uniforme),
estava parado com sua motocicleta em um semáforo em Itaquera, zona leste,
quando dois homens exigiram sua moto e sua mochila e, depois de tudo entregue
em razão da ameaça (roubo consumado, portanto), um dos bandidos ainda disse ao
garupa que atirasse na vítima. Ato contínuo, o policial militar se abaixou e
atirou contra os criminosos, que fugiram. A moto roubada foi encontrada depois
e um dos envolvidos, ferido, foi localizado e confessou participação no
assalto.
Causa
indignação e repulsa o tratamento que a imprensa escrita repetidamente vem
dispensando ao policial militar, apresentando-o como algoz porque atirou - em
legítima defesa - para não morrer ou para defender outras vítimas. Naquele
momento, como vítima, ele se defendeu de um assaltante armado, depois da perda
de todos os seus pertences e diante de grave ameaça de morte, é o que relatou a
própria matéria e o título camuflou.
O leitor
que passa os olhos rapidamente no título capta a informação corrompida de que
"um adolescente foi vítima", quando na verdade é ele o algoz, o
malfeitor, o infrator da lei que, provavelmente, roubará e matará outras
pessoas. Por outro lado, passa-se a predominante mensagem de que o policial
militar (que sofreu roubo consumado e que quase morreu) foi quem "baleou
um menor."...
Título
correto, portanto: "Policial militar vítima de roubo atira para não
morrer".
É tempo
de se exigir respeito aos verdadeiros heróis da sociedade. Policiais militares,
os cidadãos de bem, os leitores dos jornais, todos eles merecem esse respeito
por meio da correta divulgação da verdade dos fatos. Especialmente no título
das matérias.
Adilson Luís
Franco Nassaro
Coronel PM
Chefe do Centro de Comunicação Social da PM
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(perfil)
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