sábado, 16 de janeiro de 2016

O DEVER DE RESPEITO AOS POLICIAIS MILITARES, AOS LEITORES DE JORNAL, À VERDADE.




Mais uma vez um título de matéria jornalística chama atenção pela falta de tratamento adequado ao policial militar vítima de roubo - por pouco um latrocínio - destacando, ao contrário, a circunstância de que um infrator da lei (adolescente) foi atingido por disparo de arma enquanto "tentava" assaltar.
Notem a sutileza no maquiavélico título publicado no jornal Agora SP, de 21/11/2015, que subverte a ordem dos fatos: "Adolescente é baleado ao tentar assaltar PM à paisana".
O próprio texto da matéria descreve que o policial vítima, à paisana (sem uniforme), estava parado com sua motocicleta em um semáforo em Itaquera, zona leste, quando dois homens exigiram sua moto e sua mochila e, depois de tudo entregue em razão da ameaça (roubo consumado, portanto), um dos bandidos ainda disse ao garupa que atirasse na vítima. Ato contínuo, o policial militar se abaixou e atirou contra os criminosos, que fugiram. A moto roubada foi encontrada depois e um dos envolvidos, ferido, foi localizado e confessou participação no assalto.
Causa indignação e repulsa o tratamento que a imprensa escrita repetidamente vem dispensando ao policial militar, apresentando-o como algoz porque atirou - em legítima defesa - para não morrer ou para defender outras vítimas. Naquele momento, como vítima, ele se defendeu de um assaltante armado, depois da perda de todos os seus pertences e diante de grave ameaça de morte, é o que relatou a própria matéria e o título camuflou.
O leitor que passa os olhos rapidamente no título capta a informação corrompida de que "um adolescente foi vítima", quando na verdade é ele o algoz, o malfeitor, o infrator da lei que, provavelmente, roubará e matará outras pessoas. Por outro lado, passa-se a predominante mensagem de que o policial militar (que sofreu roubo consumado e que quase morreu) foi quem "baleou um menor."...
Título correto, portanto: "Policial militar vítima de roubo atira para não morrer".
É tempo de se exigir respeito aos verdadeiros heróis da sociedade. Policiais militares, os cidadãos de bem, os leitores dos jornais, todos eles merecem esse respeito por meio da correta divulgação da verdade dos fatos. Especialmente no título das matérias.




Adilson Luís Franco Nassaro

Coronel PM Chefe do Centro de Comunicação Social da PM

- Facebook:  Coronel Franco (fan page); Franco Nassaro (perfil)

-     - Twitter: Franco Nassaro     @Cel_PM_Franco


CRIMINOSO PRATICA ROUBO, ATIRA CONTRA A VÍTIMA E O JORNAL AGORA SP (DO GRUPO FOLHA) O CHAMA DE “SUSPEITO”!



Observe o título da matéria: “Militar reage a assalto, atira e mata suspeito no Ipiranga”
 (jornal Agora SP, de 04/12/2015). Não existe algo errado?
Exatamente isso que se lê hoje no título: um “suspeito” foi morto...
Será que esse incômodo que traz a leitura do título distorcido é apenas meu?
Note-se: a própria matéria narra que três homens armados praticaram roubo contra um militar
(das Forças Armadas), que estava dentro seu veículo e que reagiu em defesa própria.
Houve troca de tiros e dois dos criminosos foram atingidos pelos disparos,
um deles vindo a morrer no hospital.
Mais uma vez um título de matéria jornalística chama atenção pelo tratamento dado ao ladrão
que rouba, que atira contra a vítima, que coloca em risco outras pessoas nas imediações e,
ao ser morto nessa flagrante situação criminosa, é chamado de “suspeito” por um jornal.
Imagino o que a vítima (de quase um latrocínio) pensa ao ler esse título, que chama de “suspeito”
um dos ladrões que tentou matá-lo em confronto, depois de roubá-lo.
Não é só isso, dois acompanhantes do militar vítima também sofreram lesões corporais.
Além desse desrespeito à figura da vítima, na medida em que o editor do título da matéria
qualifica o ladrão (por pouco um assassino) como simples “suspeito”, também ocorre
uma inversão na ordem dos fatos e o grau de importância atribuído a cada ação na ocorrência.
Ora, o título chama a atenção ao fato da vítima (militar) ter reagido, atirado e matado o “suspeito”,
quando o fato principal é a ocorrência de roubo praticado por três indivíduos com disparo de
arma em direção à vítima, que reagiu legitimamente.
Título correto, portanto: "Ladrões atiram contra a vítima e um deles morre em confronto".
O apontamento é importante, pois, sabe-se que nem todos que passam os olhos nos títulos,
leem o texto completo da matéria, e assimilam somente o conteúdo das letras maiores
e em negrito. Portanto, o cuidado e a isenção no registro impactante do título é fundamental
para que a imprensa cumpra com o seu compromisso de transmitir a verdade dos fatos.
Não se pode banalizar o emprego do adjetivo, sob pena de o título também ser compreendido
 como suspeito.
Adilson Luís Franco Nassaro
Coronel PM Chefe do Centro de Comunicação Social da PM (São Paulo)
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